Um autor que não me recordo o nome escreveu que na sociedade midiática, só existe o que é midiatizado. Assim, o que está fora da mídia, não existe. Sobre este aspecto, penso que talvez haja um exagero, mas fico temerosa com algumas características dessa vida midiatizada.
Na aula do professor Marco Bonito, da pós em Planejamento Estratégico em Comunicação, lemos um texto do Pierre Levy, chamado "O fim da História?", do livro As tecnologias da Inteligência. No texto, o autor fala que diferentemente de outros tempos, na contemporaneidade os bancos de dados não são mais volumes estáticos que servem como consulta a quem deseja saber algo. (Pensei no tempo da velha consulta às enciclopédias... Ainda existe uma Barsa na estande da casa da minha mãe, que usava nos tempos de escola.) Neste mundo de 'tempo real', o que vai existir é sempre a última versão. Um exemplo disto, parece-me, é a Wikipédia. Uma biblioteca em que vários internautas colaboram escrevendo e definindo palavras, lugares, pessoas etc.
Até aí, tudo bem, mas como isto muda o jornalismo? E se esta atualização constante fosse aplicada aos fatos que acontecem hoje e que serão história amanhã? Lembrei do livro 1984 em que todos os dias se reescreve a história, o conteúdo é facilmente modificado e o que ontem era verdade, hoje já mudou e não há resquício do que existia.
De certa forma, isto também acontece atualmente - conteúdos jornalísticos online podem ser apagados ou modificados com facilidade. Assim, o que antes existia, some ou transforma-se em algo diferente.
Se as coisas forem realmente assim, é realmente o fim da História.
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