Recebi por e-mail o boletim abaixo com 3 assuntos que considerei bem interessantes. Recomendo a leitura.
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Boletim Especial direto do 10º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico
Há resfriamento global e não aquecimento, diz pesquisador
Boletim do último dia do 10º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico aponta também que debatedores consideram pouca a cobertura jornalística sobre ecólogos e equivocada com relação a políticas públicas em ciência e tecnologia.
Alessandra Maia e Wedis Martins (enviados especiais)*
Imprensa cobre pouco os ecólogos, dizem debatedores
Os ecólogos também foram representados no 10º Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico. Hoje, último dia do evento (16/10), o presidente da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco), Thomas Lewinsohn, discutiu o que considera como falta de reconhecimento deste profissional no campo científico e, conseqüentemente, por parte da imprensa.
Segundo ele, “os jornalistas desqualificam os ecologistas deixando-os de fora das grandes discussões por estarem presos ao estereótipo do cientista”. Neste sentido, a presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico, Cilene Victor, concordou com o fato, ao dizer que nunca ouviu a palavra dos ecólogos na discussão sobre o aquecimento global “por conta de seu baixo prestígio na imprensa”. Em contrapartida, ela considera que biólogos e físicos, por exemplo, são mais cotados. “Eles fazem comentários do tipo: se nada for feito a Amazônia ela pode virar uma savana”, disse.
Segundo Thomas, “os ecólogos são, sim, cientistas, só falta se organizarem mais como sociedade científica e a Abeco (http://www.abecol.org.br/) vem desenvolvendo esta missão”. E acrescentou: “os ecólogos têm que ser parceiros com as organizações de defesa do meio ambiente”.
Professor diz que eliminar emissão de CO2 irá atrapalhar o desenvolvimento humano
De acordo com os debatedores do Congresso, o discurso hegemônico da imprensa agenda que o aquecimento global é causado apenas pelas ações do homem. Contrariando esta tese, Luiz Carlos Molion, professor de dinâmica de clima, da Universidade Federal de Alagoas (UFA), explicou que o homem não influencia o aquecimento e, sim, o sol e da lua, sendo que esta influencia na dinâmica das marés. E que, “ao invés de um aquecimento, vive-se um resfriamento global”. No entanto, a preservação ambiental é uma necessidade para a sobrevivência da espécie humana”, frisou.
Segundo Molion, os modelos apresentados atualmente em relatórios de entidades como o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) não servem para nada. “Eles foram criados para prever o futuro, no entanto, quando estes modelos foram utilizados para recriar o clima do passado, houve divergências com relação ao que realmente ocorreu”, afirmou.
Para o professor, qualquer tentativa de se eliminar a emissão de CO2 só irá atrapalhar o desenvolvimento humano e não contribuir para diminuir os impactos ambientais. “Eventos extremos sempre aconteceram e continuarão a acontecer, só que com conseqüências maiores, por conta do aumento populacional”, afirmou.
Pouca visibilidade das políticas públicas
Segundo José Roberto Ferreira, representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a cobertura das políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação é feita de forma negligente pela imprensa. “Existe uma massa crítica que a imprensa não reproduz corretamente e isso é uma contradição, já que o país vive um avanço nesta área. De qualquer forma, há questões a serem melhoradas nestas políticas”, reconheceu.
José Roberto acrescentou que “a ciência tem papel fundamental para que a sustentabilidade seja exercida de fato”. Por isso, para o cientista, se ela tem muito a ver com a economia de um país e com a sustentabilidade global, o investimento em políticas públicas e a divulgação coerente da imprensa são importantes. “E esta não está sendo cumprida”, disse.
Segundo Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e da Tecnologia (DEPDI), do Ministério da Ciência e da Tecnologia, a educação e a inovação são os dois principais itens para o desenvolvimento de políticas públicas no país. “Em uma sociedade democrática, a população tem que ter pleno acesso à divulgação científica para que, nas discussões, ela possa dar a sua opinião, tendo bases sólidas sobre os assuntos”, encerrou Ildeu.
* Estão em Belo Horizonte onde também participam dos trabalhos científicos, apresentando pôster sobre a Agência Uerj de Notícias Científicas (AGENC) em nome da Faculdade de Comunicação Social da Uerj.
Email: uerj.agenc@gmail.com
Twitter: www.twitter.com/agencuerj
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