Depois da decisão do STF em não exigir mais a obrigatoriedade do diploma específico de jornalismo para o exercício da profissão, pensei que os cursos superiores da área iriam ter uma debandada geral. Mas, na edição de Veja deste fim de semana vi uma coisa curiosa. O curso de Comunicação Social é o sexto mais concorrido no vestibular, antecedido por Medicina, Engenharia, Direito, Administração e Ciências Biológicas.
Já os salários dos jornalistas estão no fim da fila da pesquisa apresentada por Veja. Em 20º lugar da lista, consta que o salário inicial dos jornalistas é de R$ 1.500,00, a remuneração média é de R$ 2.741,00 e o salário dos mais bem sucedidos fica em R$ 200 mil. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas, diga-se. Assim, acredito que salários deste porte são realidade apenas para jornalistas de grandes conglomerados de comunicação, no sul e sudeste, principalmente.
A realidade em Rondônia, infelizmente, não passa nem perto do que está na reportagem da Veja. O piso salarial (que é também o teto) está há 4 anos em R$ 1.023,00 (valor bruto, sem os descontos de INSS e outras coisas).
Independente de quem entrou agora no mercado ou de quem já é veterano, este é o salário para trabalhar em veículos de comunicação rondonienses. Portanto, está abaixo do salário inicial do sul/sudeste.
As perspectivas de melhora salarial não surgem no horizonte porque o Sindicato dos Jornalistas parece pouco interessado neste assunto e a categoria não tem mobilização para pressionar por um acordo salarial mais digno.
Talvez em decorrência disto ou da queda da obrigatoriedade do diploma, os cursos de jornalismo por aqui têm sofrido uma diminuição na procura.
Depois de alguns anos sem vestibular do curso, a Faro anuncia que voltará a selecionar candidatos ao curso neste ano.
A Uniron se mantém firme, mas as salas estão se esvaziando pouco a pouco. Sobre a Ulbra de Ji-Paraná não tenho informações.
O curso na Unir, em Vilhena, enfrentou vários problemas, mas formará sua primeira turma neste ano. O problema, segundo dizem alguns professores, é que alguns dos alunos fazem o curso por falta de opção em outras áreas e não vêem como a cidade irá absorver os profissionais formados.
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